Organismos artificiais
com base em moléculas sintéticas podem prosperar e evoluir
Biólogos
sintéticos inventaram uma série de novas moléculas chamadas XNAs, que ostentam todos os talentos do
ácido desoxirribonucleico (DNA) e do ácido ribonucleico (RNA), assim como
alguns poderes especiais. Os XNAs podem permitir a criação segura de formas de
vida no laboratório, na qual não dependem do DNA para sobreviver e evoluir.
XNA é a sigla em
inglês de ácido xenonucleico (xeno com sentido de “estrangeiro”). Como o DNA,
o XNA tem uma estrutura que se parece com uma escada retorcida. No DNA, quatro
diferentes nucleobases, representadas pelas letras A,C,G e T, formam os
degraus. Grupos de fosfato e açucares compõem as laterais da escada, também
conhecida por estrutura. Por 30 anos, cientistas vêm refinando os açucares para
criar ácidos nucleicos artificiais, que podem se ligar ao DNA.
Para
fazer os XNAs, Philipp Holliger do laboratório de Biologia Molecular do Medical
Research Council, em Cambridge – Inglaterra, e seus colegas, não alteraram
simplesmente os açucares na estrutura do DNA, eles substituíram moléculas
inteiramente diferentes, com ciclohexano e treose. Da mesma maneira, criaram
enzimas que trabalham com os XNAs para formar um sistema genético completo.
As
enzimas permitem que os XNAs executem algo que nenhum outro ácido nucleico pode
fazer: evoluir. Holliger reprogramou enzimas polimerases naturais para traduzirem
DNA em XNA e vice-versa, estabelecendo assim um sistema móvel para armazenar e
transmitir informações genéticas. Um dos XNAs, o HNA (ácido nucleico
anidro-hexitol), preservou mudanças de forma confiável em seu código genético e
evoluiu para se anexar a uma proteína com precisão cada vez maior.
Quando
aprimorar-se a funcionalidade do XNA e suas enzimas, a série de moléculas
poderá substituir o DNA e o RNA numa célula viva. Embora esses cientistas
tenham feito avanços significativos em reescrever o código genético, nenhum
criou vida realmente sintética – vida que não dependa do que a evolução já
permite, mas de invenções humanas.
As
formas de vida com base no XNA ainda estão um pouco distantes, mas reconhece
uma vantagem. Se uma dessas criaturas escapasse para a natureza, morreria sem
um suprimento regular de enzimas específicas do XNA, e o ácido xenonucleico não
poderia se entrelaçar com genomas de organismos naturais, porque suas enzimas
nativas não os reconheceria.
O fato de que o XNA é complementar ao DNA,
embora estruturalmente único, o torna útil para pesquisa em biologia.
Imagina-se que os XNAs possam ser injetados no corpo humano para detectar
sinais precoces e sutis de doenças que escapam às tecnologias atuais.
Atualmente, o
mundo em que vivemos encontra-se em um grande movimento contínuo, na qual,
estamos em constantes modificações e descobertas. Infelizmente, determinados
assuntos são restritos ou não chegam no conhecimento da sociedade.
Assuntos científicos,
como mostrado acima, por exemplo, são temas de grande interesse para ser
apresentado em sala de aula, pois mostra aos alunos que existe algo além do que
o que eles já conhecem e têm pronto em um livro. Assuntos como este os torna
pensantes e curiosos cada vez mais por novas descobertas. Quem sabe
apresentações como essa não criem expectativas e vontade do aluno ir mais além
e romper as barreiras já conhecidas.
Por fim, assuntos como o tratado, são ótimas armas para
professores da área de Ciências e Biologia, pois torna a matéria estudada mais
interessante e científica.
Referência
JABR, F.
Novas Formas de Vida que dispensam o DNA. Revista
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL: idéias que estão transformando o mundo. São Paulo: Duetto,
janeiro/2013.p.36-37.
postado por Robson
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