segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ir a Marte... e não voltar!

A organização Mars One planeja enviar um grupo de pessoas para Marte, em 2022, para estabelecer a primeira colônia humana no Planeta Vermelho. Em duas semanas, o projeto recebeu mais de 78 mil inscrições, que estarão abertas até 31 de agosto.

A Mars One avisa, no entanto, que devido às alterações fisiológicas impostas pela adaptação à vida em Marte, não haverá forma de voltar à Terra.
A organização lembra que apesar de um cosmonauta conseguiu voltar a andar depois de 13 meses a bordo da Mir, num ambiente sem gravidade, uma estada prolongada em Marte não permitiria ao corpo humano readaptar-se à gravidade da Terra.

Isso mostra que essas pessoas dispostas a sair da Terra, irão deixar tudo e todos que estão nela. È uma decisão que deve tirar o sono de muitos aventureiros.




Os candidatos não devem ter quaisquer habilitações específicas, mas sim ter "disposição para construir e manter relações saudáveis, capacidade de refletir sobre si próprio e de confiar nos outros". Os voluntários escolhidos receberão um treino mínimo de oito anos antes de partirem para a longa viagem de sete meses até Marte.

Até agora, estão inscritas pessoas de 120 países (apesar de a grande maioria serem norte-americanos), que tiveram de fazer upload de um vídeo a explicar porque querem ir passar o resto da vida ao inóspito Planeta Vermelho.

O que ainda não sabemos direito é como eles vão chegar ate lá, como vão começar a se habituar ao local. E ate mesmo os cientistas estão procurando respostas sobre alguns desses fatores.

E você, teria coragem de se candidatar a essa aventura sem volta?



Disponível em: <http://visao.sapo.pt/78-mil-querem-ir-a-marte-e-nao-voltar=f728826>. Acessado em: 27/05/2013.


Postado por: Karoline V. Felício

domingo, 19 de maio de 2013

A importância da Química na Nossa Vida

por Gislaine Gogola
A Química é uma ciência experimental, cujos reflexos se percebem, através de distintas maneiras em nossa vida cotidiana. Essa grande ciência está presente ativamente em vários setores de nossa modernidade. São eles: combustíveis, plásticos, tintas, saúde, alimentos, petroquímica, corantes, adesivos, bebidas, materiais de limpeza, etc. Sabendo aproveitá-la do melhor modo possível, nos trará grandes benefícios, como o a aperfeiçoamento dos confortos humanos, declínio do número de mortes devido a evolução da medicina. Ao contrário, com base na extração inadequada das substâncias químicas existentes na natureza e visando somente interesses políticos e econômicos, sem se preocupar com efeitos indesejáveis e prejudiciais, ocasionarão doenças e morte de vidas aquáticas, tendo como principal causadora a poluição.

Através disso, comprovamos que essa ciência está presente em praticamente tudo que aproveitamos para viver. Basta notarmos embalagens de alimentos, rótulos de produtos de limpeza, etiquetas de roupas, bulas de remédio, os quais indicam que contêm substâncias químicas envolvidas. Muitas empresas ainda querem iludir uma boa parte da população, insistindo em vender alimentos isentos de química, uma grande inverdade, pois tudo que existe no mundo é formado por matéria química.
E esses elementos químicos já reconhecidos estão organizados na tabela periódica.
De uma forma dinâmica os alunos poderão relembrar os nomes de alguns elementos químicos e aprender as suas funções. Através do jogo da memória dos elementos químicos presentes no nosso cotidiano:

Neste jogo estão dispostos alguns elementos químicos presentes no nosso cotidiano e onde eles são encontrados. O professor pode dividir os alunos em grupos, conforme a quantidade de alunos. E distribuir um jogo para cada grupo, os
alunos devem formar pares com as cartas relacionando o elemento químico, com a carta que representa onde ele é encontrado.

Contextualizando: Essa atividade pode ser aplicada, como uma síntese integradora, após ser trabalhado a tabela periódica o professor pode levar aos alunos ou solicitar para que eles pesquisem, onde podemos encontrar os elementos químicos no nosso cotidiano. Assim para concretizar o assunto e, os alunos poderem fazer uma relação do conteúdo, pode-se aplicar esse jogo.

postado por Gislaine 

Referência disponível em: http://octocabudoreal.wordpress.com/2012/12/11/a-historia-da-quimica-e-sua-importancia-no-nosso-dia-a-dia/, acesso dia 18 de maio de 2013.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

ELEMENTOS QUÍMICOS, TABELA PERIÓDICA E MENDELEEV.



Quando falamos que é na tabela periódica que estão organizados todos os elementos químicos já encontrados, muitas pessoas não se dão conta da importância de tal fato. O que acontece é que logo de cara a maioria dos alunos na escola já encaram a disciplina de ciências ou química como algo difícil e fora da realidade. Porem a partir do momento em que você descobre que tudo o que você vê a sua volta é formado por átomos de determinados elementos químicos, a coisa começa a ficar diferente.

Você já parou para pensar do que que é feito tudo o que existe? Sabemos que uma mesa é feita de madeira, e que a madeira vem da árvore, e que na árvore existem tecidos e células vegetais, e dentro das células existem organelas, e dentro das organelas temos moléculas, e do que são formadas as moléculas? Pois bem, as moléculas são formadas por átomos de determinados elementos químicos, e esses elementos químicos estão organizados de uma forma muito precisa na tabela periódica.

Agora podemos ter uma noção um pouco mais ampla da importância da tabela periódica. É na tabela periódica que encontramos as características dos elementos que formam tudo o que está a nossa volta, tudo mesmo, seu computador, seu celular, sua mesa, seu caderno, seu carro, seu alimento, suas roupas, seus acessórios, suão mãe, seu amigo, são formados pelos elementos químicos que estão presentes na tabela periódica.

Tá, mas porque que os elementos químicos devem estar na tabela periódica?
Na verdade nem sempre os elementos químicos estiveram organizados na tabela periódica. A primeira tabela periódica foi organizada por Dimitri Mendeleev. Dimitri Mendeleev dava aula de química em uma universidade, e em 1869 enquanto escrevia um livro de química inorgânica, resolveu criar uma carta para cada um dos sessenta elementos químicos conhecidos na época, nessas cartas além do nome do elemento químico, tinha também o símbolo do elemento, sua massa atômica e suas características químicas e físicas. Dessa maneira, Mendeleev tinha acabado de criar a primeira tabela periódica.




Essa primeira tabela, já era organizada em ordem crescente de numero atômico, a disposição dos elementos era calculada de forma a fazer relação com o plano horizontal e vertical da tabela. Mendeleev estava tão certo de sua criação que até deixou espaços na tabela periódica que seriam ocupados posteriormente por novos elementos químicos descobertos. E realmente, quando esses novos elementos foram descobertos, os mesmos se encaixaram direitinho no espaço que Mendeleev havia deixado.

Mendeleev criou a tabela, porque sentiu a necessidade de organizar todos os elementos químicos já encontrados. É claro que a tabela atual não é a mesma que Mendeleev criou, alias muitos outros elementos foram descobertos, porem esse professor de química nos ajudou e muito, pois graças a ele conseguimos fazer relações entre um elemento químico e outro, conseguimos entender melhor as características de cada elemento, e tudo isso de uma maneira muito simplificada, basta ter uma tabela periódica em mãos.

REFRÊNCIAS: 
http://www.explicatorium.com/Dmitri-Mendeleiev.php 
http://www.pantojaindustrial.com/exibir.php?id=36 
http://www.cliquetando.com.br/2012/10/tabela-periodica-completa-atual-2012.html http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=9&id=47


CONTEXTUALIZAÇÃO PARA PROFESSORES
O texto trabalha principalmente com a questão da tabela periódica, assunto que é iniciado no 9º ano do ensino fundamental, porém, não se inicia imediatamente falando sobre a tabela, e sim, explicando sobre os elementos químicos, mais precisamente mostrando aos alunos onde estão esses elementos e para que servem. Dessa maneira, o aluno terá sua atenção voltada para o assunto, pois o mesmo consegue fazer relação entre oque ele está estudando e sua vida cotidiana.

postado por Ana

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Descomplicando a Fisiologia Humana


Professor Bernardo Ozorio

Hoje no blog vamos introduzir as noções básicas para se compreender o ramo da biologia conhecido por Fisiologia Humana. A fisiologia estuda basicamente o funcionamento biofísico e bioquímico dos sistemas formados por órgãos do corpo humano.

Conhecendo seu corpo e a forma que ele se encontra em equilíbrio
O corpo humano é moldado por vários agrupamentos de células, que formam tecidos. Os tecidos formam os órgãos e os órgãos formam o organismo. Eu, você, seu cachorro e seu gatinho somos organismos formados por células.

Os organismos tendem a sofrer impactos externos do meio ambiente, que acabam quebrando o equilíbrio do corpo, afetando a homeostase corporal. Mas você já se perguntou o que é homeostase?

Homeostase
É a capacidade que um organismo possui de regular e manter em equilíbrio de concentrações o seu meio interno. Mas como assim? Para exemplificar, posso te fornecer algumas situações que você provavelmente já se encontrou!

Primeira situação: nos tempos de inverno, que a temperatura do ambiente tende a diminuir, geralmente sentimos muito frio, correto? Pare para pensar o que acontece com seu corpo se você não tomar algum líquido quente ou se agasalhar? Sim! O seu corpo começará a tremer involuntariamente, seus dentes começarão a bater uns nos outros, e as pernas e braços também se agitarão. Aí podemos observar um exemplo clássico do corpo humano agindo em regulação térmica, fazendo com que os músculos se agitem para produzir calor e aquecer o organismo.

Segunda situação: você foi em um aniversário, e comeu muitos docinhos, que delícia não? Mas e agora, para aonde vai tanto açúcar que você comeu? Como a maioria das substâncias que ingerimos, o açúcar cai na corrente sanguínea depois de ser absorvido no intestino delgado. O sangue não pode possuir tanto açúcar pois não manterá o equilíbrio que o corpo precisa, então o pâncreas produz a insulina e o glucagon para controlar as concentrações. Esta se caracteriza uma resposta química de regulação.

 Para o organismo funcionar de maneira correta, ele deve sempre buscar se manter em um estado constante e em condições estáticas. Quando o corpo não consegue controlar sua homeostase, nós vamos nos deparar com as doenças. Por exemplo, a falta de regulagem do açúcar no sangue caracteriza a diabetes.

Feedbacks
Quando o corpo apresenta diferentes concentrações entre os fluídos que estão dentro das células (fluído intracelular) e o fluído que encontra-se fora das células (extracelular) ocorrerá uma resposta homeostática. As respostas que o corpo dá em relação a homeostase podem ser qualificados como:
Feedback negatvo: quando o estímulo é contrário, ou seja, ele é homeostático, procura resolver o possível problema.
Feedback positivo: quando o estímulo é a favor, quando o qual acentua o efeito de desiquilíbrio e tende ao organismo sofrer doenças e lesões.

Transporte através da membrana
Você já pensou como que os nutrientes presentes em nosso organismo conseguem chegar dentro de cada célula do nosso corpo? Quando nos alimentamos, depois de passar pelo sistema digestório, o alimento para no intestino delgado, é absorvido pelas células especializadas, e depois os nutrientes retirados seguem pela corrente sanguínea. Mas como acontece estas trocas e absorções de nutrientes? Cada célula possui uma membrana especializada em realizar trocas com o meio, em proteger a célula, lhe conceder suporte e isolamento físico. Quanto mais colesterol possuir esta membrana, mais fluída ela será, pois o colesterol faz com que a membrana torne-se mais impermeável, o colesterol é um lipídio que não possui afinidade com a água. Na composição da membrana encontramos além dos lipídios, as proteínas que são responsáveis pelo transporte de íons para dentro ou para fora da célula. 
O transporte dos íons pode ser feito por difusão simples, quando a molécula atravessa a membrana sem necessidade de gasto de energia, ou por canais que façam a molécula passar pela membra a favor do gradiente de concentração. Pode ser feito por difusão facilitada, quando uma proteína carreadora facilita a entrada da molécula na célula. A difusão simples funciona como na osmose que aprendemos em química, onde os solventes passam do meio mais concentrado para o menos concentrado a fim de atingir o equilíbrio das concentrações:

Difusão simples facilitada, a proteína canal auxilia a passagem do íon

Outro mecanismo de regulação do que entra e sai da célula chama-se transporte ativo, o qual observa-se gasto de energia da célula para ocorrerem as trocas. O transporte ativo primário é feito através de uma proteína carreadora que gasta energia diretamente. O transporte ativo secundário utiliza energia produzida indiretamente, por exemplo agindo em co-transportes ou contra-transportes.

A bomba de sódio e potássio é um exemplo de transporte ativo. A concentração do sódio é maior no meio extracelular enquanto a de potássio é maior no meio intercelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas transportadoras descritas anteriormente que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Se não houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração destes íons iria se igualar.
Desse modo, a bomba de sódio e potássio é importante uma vez que estabelece a diferença de carga elétrica entre os dois lados da membrana que é fundamental para as células musculares e nervosas e promove a facilitação da penetração de aminoácidos e açúcares.


Tonicidade Celular
Tonicidade é uma propriedade química, pertencente a soluções que estão contidas em uma membrana com permeabilidade seletiva (são permeáveis ao solvente da solução, mas impermeáveis a determinados solutos). Para medir a tonicidade de uma solução, se soma as concentrações de substâncias osmoticamente ativas que não conseguem atravessar determinada membrana.

É possível comparar a tonicidade de duas soluções que estão separadas por uma membrana semipermeável: quando o meio estudado possui tonicidade maior em relação ao outro meio, dizemos que esta solução é "hipertônica"; caso esta concentração seja menor, a solução é denominada "hipotônica"; se os dois meios tiverem a mesma tonicidade, a solução é "isotônica".

Quando dois meios possuem tonicidades diferentes, a tendência é que o solvente atravesse a membrana em direção à solução de maior tonicidade, até que haja um equilíbrio de forças (as soluções se tornem isotônicas, a pressão osmótica seja alcançada ou haja rompimento da membrana). Esse fato pode ser demonstrado com células vivas, mais especificamente eritrócitos (glóbulos vermelhos). Essas células possuem uma solução em seu interior, que contém água como solvente. A membrana plasmática dessas células é permeável a água, mas é impermeável a muitas substâncias, como íons, que estão presentes em diferentes concentrações, dentro e fora da célula. Se colocarmos essas células em uma solução com determinada concentração de íons, vemos o seguinte:
Meio Isotônico / Meio Hipertônico / Meio Hipotônico

Em um meio hipertônico, a célula sofre crenação, ou seja, perde água para a solução, reduz seu volume e assume um aspecto enrugado.
Em um meio hipotônico, há uma maior entrada de água na célula, o que a deixa com um aspecto inchado. Se a entrada de água for muito acentuada, a membrana celular poderá se romper, liberando seu conteúdo celular.

Esperamos que esta revisão seja muito útil tanto para os alunos que pretendem prestar vestibular, para os estudantes de universidades que estão com dúvidas no assunto, e para você aluno que sempre busca se informar melhor sobre os assuntos do nosso corpo humano!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Uso ou abuso? O conflito ético em relação ao uso didático de animais


Ângela de Lima Daltin, Cynthia Medina Ciamarro, Helena Vaz de Oliveira, Fernanda Veck dos Santos, Renata Callegari Ferrari, Thamilin Barão Silva – Graduação em Ciências Biológicas


A história do uso de animais para fins didáticos é algo que acompanha a ciência desde aproximadamente 1550 a.C. até a atualidade. Durante o desenvolvimento do pensamento científico, Renée Descartes, filósofo francês da Renascença, afirmava que os animais não tinham alma, por isso não sentiam dor e eram utilizados de maneira, muitas vezes, irresponsável. A partir do século XIX, surgiram os primeiros grupos que contestavam o uso dos animais pela ciência, movidos pelo sentimentalismo. Desde então, fez-se necessária a criação de uma legislação que regulamentasse a sua utilização. No Brasil, a legislação vigente corresponde à "Lei Arouca", criada somente em 2008, que foi um grande avanço para o Direito Animal. Além disso, houve também o surgimento de Códigos de Proteção Animal, que restringem e fornecem alternativas para a prática com animais, no ensino superior.
Atualmente, os cursos relacionados à área biológica se utilizam de animais nas disciplinas de fisiologia, anatomia e técnicas cirúrgicas, principalmente. A metodologia com animais envolve a vivissecção (literalmente, "cortar" um animal vivo, anestesiado ou não), a dissecação (separar partes do corpo ou órgãos de animais mortos para estudar sua anatomia), a observação do comportamento animal, entre outros, para complementar a teoria apresentada em sala de aula. Os profissionais que utilizam os animais para fins didáticos alegam que o funcionamento, a estrutura e a coloração do organismo animal e humano são semelhantes. Além disso, o estudante aprende a lidar com imprevistos e a ter responsabilidade perante a vida. As práticas são realizadas de acordo com as leis da bioética.
Por outro lado, existem alternativas tão eficazes quanto a utilização animal em sala de aula, que envolvem modelos computadorizados que simulam a realidade virtual, manequins, vídeos interativos, autoexperimentação, estudos in vitro (ou seja, em ambiente controlado, fora de sistemas vivos) e estudos de campo. Existe também a possibilidade de criarem-se convênios com abrigos ou clínicas e hospitais veterinários que doem animais mortos naturalmente ou que possam ser submetidos a cirurgias de castração, sendo possível posteriormente a doação. A prática, com não apenas um, mas vários métodos substitutivos, oferece vantagens como a realização das atividades no ritmo do aluno, podendo haver repetições e variações, o que não é possível nas aulas tradicionais.
                Segundo estudos realizados por diversos grupos, o custo da implementação de alternativas pode ser alto em curto prazo, mas em longo prazo este gasto é recuperado. Ao passo que o custo com a manutenção de biotérios pode ser significativo, ao longo do tempo. A aquisição de equipamentos para manutenção de animais em biotérios é de, aproximadamente, U$ 7.000,00, em comparação à compra de métodos alternativos, que pode ter preços variados. Por exemplo, a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) adquiriu um sistema de simuladores plásticos que custou em torno de R$ 300.000,00.
                Ao mesmo tempo que a prática com animais pode significar um distanciamento necessário do profissional em relação ao seu objeto de estudo, a vida, também pode ocasionar a dessensibilização do aluno. Neste caso, a utilização de animais como um instrumento seria um desrespeito à vida, sendo contrário aos princípios éticos das profissões que a estudam.

                A oposição existe também no campo filosófico. A utilização animal para fins didáticos pode ser vista como um utensílio para aprender a salvar a vida de outros animais e pessoas, posteriormente. Do lado oposto, esta ação é considerada fruto do pensamento de que o homem é superior aos demais seres vivos (antropocentrismo), podendo usufruir de outra vida em prol dos seus próprios objetivos, o que seria antiético.
                As aulas que se utilizam de animais são tradicionalmente aceitas e, talvez por isso, apresentam maior praticidade em sua elaboração. Entretanto, isso pode representar um comodismo por parte dos professores, pois, tal como diz Roberto Sogayar, professor aposentando do Instituto de Bio­ciências, em Botucatu, "Alguns professores reclamam das instruções das simulações estarem em inglês".
                No exterior, observa-se a crescente utilização de métodos de substituição, sendo que 71% das universidades dos Estados Unidos utilizam-se destes métodos, assim como 28 universidades italianas e todas as universidades da Inglaterra e da Alemanha. No ensino superior brasileiro, no entanto, a maioria das universidades mantém os métodos tradicionais. Algumas das entidades que utilizam métodos substitutivos ao ensino com animais, além da UFRGS, são a Faculdade de Medicina e Veterinária da USP, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
                Em razão deste quadro, pesquisas foram realizadas, como pela aluna Carolina Barbudo na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), com intuito de saber a opinião de estudantes e professores a respeito do tema. Os dados mostraram que 75% dos estudantes não concordam com o uso de animais quando alternativas podem ser aplicadas, e quase metade dos estudantes já se sentiram mal ou incomodados com o uso de animais em aulas práticas.              A pesquisa também apontou que 50% dos professores raramente se interessam pela opinião dos estudantes em relação a estas aulas, o que se torna um fato relevante, tendo em vista que o Código de Proteção ao Animal do Estado de São Paulo garante o direito à objeção de consciência (que é o direito de ser contra qualquer ato de violência a todos os seres viventes, seja por motivo religioso, filosófico ou por liberdade de pensamento) e exige a previsão de métodos alternativos à experimentação didática em animais na programação da disciplina.
                Portanto, a universidade deve sempre procurar informar aos estudantes sobre seus direitos e os métodos utilizados, promovendo debates e discussões sempre que possível. Caso apresentem objeção de consciência, a universidade tem o dever de conceder-lhes espaço e de fornecer-lhes um método alternativo de aprendizado. Considerando os diferentes posicionamentos frente a este tema, deve ser adotada uma postura parcimoniosa por parte das universidades, ou seja, que equilibre as diferentes opiniões, tratando todas as formas de vida, e em suas diferentes manifestações, de maneira respeitosa.
postado por Fabiane