sábado, 28 de abril de 2012

Conheça alguns vermes que podem viver dentro de você


Por Lauro Tozetto
A ingestão de alimentos e água contaminados, frutas e verduras mal lavadas, carnes cruas ou mal cozidas, mãos sujas e objetos contaminados juntamente com a falta de higiene e saneamento básico criam um ambiente muito favorável para o desenvolvimento dos vermes. Conheça agora as principais espécies que podem existir dentro do seu corpo:

Lombriga (Ascaris lumbricoides)
Entra no organismo através de microscópicos ovos, junto com alimentos ou água contaminados. Quando ainda é uma larva, é liberada no intestino delgado penetrando na mucosa e caindo na corrente sanguínea, canal que pode levá-la para diferentes órgãos, principalmente os pulmões. Após sair dos alvéolos pulmonares, é deglutida, voltando para o intestino delgado, para completar seu ciclo e se tornar um verme adulto. Lá se reproduz e libera os filhotes (ovos) junto com as fezes.
Moradia: Intestino delgado

Ancilóstomo
(Ancylostoma duodenale e Necator americanus)

Também conhecida como "amarelão" (a doença do Jeca Tatu), o ancilostoma pode chegar ao organismo através da pele, principalmente pelos pés. Uma vez dentro do corpo, ele usa as veias como meio de transporte e crava seus "dentes" no intestino, alimentando-se de sangue (aproximadamente 20 ml por dia), causando uma grave anemia. O nome popular, amarelão, vem justamente do aspecto que o indivíduo apresenta pela falta de nutrientes. Um dos sintomas mais bizarros que podem surgir é a vontade de comer lama e terra (!).
Moradia: Intestino delgado


Solitária (Taenia solium – carne suína e T. saginata – carne bovina)
Como é hermafrodita, a tênia se autofecunda e libera os ovos pelas fezes. Quando a infecção acontece pelo cisticerco (forma larval do parasita) o quadro é mais grave: o animal viaja pelo corpo e pode se alojar em qualquer lugar, até mesmo no cérebro, causando a neurocisticeircose.

Moradia: Intestino delgado
  • A T. saginata pode atingir até 15 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de 5 andares!
Enteróbio ou Óxiurus ( Enterobius vermicularis)
É esse o verme responsável pela oxiurose, verminose que provoca coceira intensa na região anal devido a sua presença. Os ovos entram no corpo via alimentos e água contaminados. Já adultas, as fêmeas migram para o ânus, prontas para liberar seus ovos. Nesta região, eles grudam e provocam coceira muito forte. Ao esfregar, a pessoa espalha os milhares de ovos no ambiente, disseminando e aumentando a probabilidade de recontaminação.
Moradia: Intestino grosso/ânus


Bicho geográfico ( Ancylostoma braziliense e A. caninum)
São vermes que atingem cães e gatos, mas podem parasitar também o homem. Como o homem não é seu "hospedeiro oficial", não consegue se aprofundar no organismo e ficam vagando erraticamente pelas camadas mais superficiais da pele, fazendo linhas parecidas com mapas, dai o porquê de seu nome popular.
Moradia: Pele
  • Esse animal anda de 1 a 2 cm por dia, o tamanho do diâmetro de uma moeda de dez centavos.
Filária (Wuchereria bancrofti) 
Transmitida pela picada de mosquitos do gênero Cullex, esses vermes causam inchaço e rigidez da pele e prejudicam a circulação de sangue, principalmente no abdômen, pés e pernas. Caso não seja tratado, o quadro evolui para elefantíase, situação em que os vasos linfáticos ficam entupidos e os membros inferiores, especialmente, atingem proporções paquidérmicas.

Moradia: Vasos linfáticos
  • O desenvolvimento da elefantíase pode ser evitada com uma boa higiene corporal


Esquistossomo ( Schistossoma mansoni) 
Esse verme se hospeda antes num caramujo, muito comum em rios e lagos, locais também utilizados pelas pessoas para tomar banho e se refrescar. Ao se banhar nesses locais, qualquer pessoa está sujeita à penetração do verme pela pele. O esquistossomo pode causar uma séria reação inflamatória no baço e fígado, dando aquele aspecto de "barriga-d'agua".
Moradia: veias do intestino
  • Acomete de 5 a 6 milhões de brasileiros (3% da população)

 


 

*Texto adaptado da revista Saúde, edição de maio, 2012, "Quais são os vermes mais comuns no corpo humano?"

domingo, 22 de abril de 2012

Deficiência Visual e Sala de Aula


Hoje vamos falar um pouco sobre a Deficiência Visual, e como incluir os portadores dessa necessidade especial em sala de aula.
O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).
Pessoa tateando escrita em braile
Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/ 18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ ou execução de uma tarefa.
Os estudos desenvolvidos por BARRAGA (1976), distinguem 3 tipos de deficiência visual:

CEGOS: têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão.
Portadores de VISÃO PARCIAL: têm limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância.
Portadores de VISÃO REDUZIDA: são considerados com visão indivíduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes.



CAUSAS

As principais causas da cegueira e das outras deficiências visuais têm se relacionado a amplas categorias:

·       Doenças infecciosas;

·       Acidentes;

·       Ferimentos;

·       Envenenamentos;

·       Tumores;

·       Doenças gerais e influências pré-natais e hereditariedade.



 Sala de aula X Cegueira

Tive a oportunidade de ler o artigo JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS COMO INSTRUMENTOS FACILITADORES PARA O ENSINO DE BIOLOGIA (link do artigo no final da postagem).


O Artigo nos fala sobre a importância do uso de jogos didáticos e pedagógicos durante as aulas de biologia e de como o uso destes pode facilitar a aprendizagem de grande quantidade de alunos, tendo em vista que cada um tem uma maneira diferente de aprender, necessidades diferentes, e histórias de vida diferentes.

Uma das principais focagens do artigo é a Inclusão Social, de portadores de deficiência física, mental e sensorial, e de como é importante o uso de materiais que se ajustem a cada necessidade, como por exemplo, maquetes com diversos tipos de relevos para que o deficiente visual consiga ter ideia espacial de como é uma célula animal. 

Além dos jogos terem um forte apelo assimilativo do conteúdo ministrado em sala de aula, eles servem como um eixo que conduz ao conhecimento específico. O jogo pedagógico sempre deve ser analisado criticamente antes de sua aplicação, para ver se as regras não estão confusas, e se o conhecimento ali apresentado pode ser mesmo articulado com os assuntos específicos.

As atividades lúdicas quando bem trabalhadas, costumam sempre enriquecer o aprendizado. Elas nasceram quando os professores começaram a modernizar a sala de aula, pois perceberam que os alunos poderiam aprender mais facilmente as matérias se fugissem do molde clássico de "quadro negro, giz e oratória", pois tudo que é diferente, novo, e foge da regra, chama e prende a atenção do aluno.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases 9.394 foi instaurada para que os alunos com deficiências fossem inclusos no dia-a-dia das salas de aula, para unificar o ensino, e quebrar as barreiras morais, comprovando que esses portadores de necessidades especiais também poderiam se desenvolver intelectualmente iguais aos alunos sem deficiências, porém cabe ao professor, adaptar-se.

Alfabeto simples em braile
A utilização de modelos e maquetes pedagógicas, recursos em áudio, esquemas em braile, jogos didáticos, atividades lúdicas e vivências, sem dúvida trabalham como agentes facilitadores do ensino de biologia. Digo isso, pois em 2011, tive a oportunidade de ministrar oficinas sobre sexualidade na escola pública, e como de praxe, sabemos que oficinas devem escapar do padrão de aula, sendo encaradas como um momento de distração, relaxamento, mas nunca esquecendo que tem uma finalidade de ensino. 

A sorte de se escolher o ensino em biologia como profissão é a quantidade de assuntos envolvidos com o dia-a-dia, e o grande número de materiais disponíveis e de fácil acesso para utilizarmos em sala e desenvolvermos atividades e jogos.
É nosso papel, de professores do futuro, acabar com as barreiras de ensino tradicionais. Devemos incentivar o uso desses recursos em sala de aula, pois além deles servirem como meio de ensino a alunos deficientes, eles também podem fechar lacunas de aprendizado que alunos normais com dificuldades podem estar apresentando.



Inserindo os Portadores de Necessidades Especiais na Universidade

Os alunos do segundo ano de licenciatura em Ciências Biológicas da UEPG tiveram a oportunidade de vivenciar as sensações que uma pessoa com deficiência visual possui. As professoras Cristina Ayub e Marina da Rosa trouxeram para a aula de laboratório de ensino três portadores de cegueira e a professora deles, que fazem parte da UNIDEV (União de Deficientes Visuais). 
Turma do Segundo ano de Biologia
A Professora ensinou sobre o braile, e então nos vendamos. A sala foi distribuída em grupos, e cada aluno pode tatear a máquina de escrita em braile, e os símbolos que esta produzia. Em seguida, os visitantes nos emprestaram uma bengala especial, que orienta as pessoas sem visão para andar. Um tour pela universidade começou, um grupo de 4 alunos vendados eram orientados pela professora e por um colega que deveria auxiliar, técnicas de como alternar os passos com o movimento da bengala, e de como encostar o seu braço na pessoa com falta de visão foram ensinados.
Acadêmicos experimentando a locomoção de uma pessoa cega

De volta a sala de aula, pudemos sentir com os dedos o baralho em braile, a bola de futebol com sinos dentro, e o dominó especial. As nossas professoras mostraram para eles um modelo anatômico de uma barriga de mulher grávida com o feto em seu interior, para eles terem um pouco de noção sobre como se encontra o bebê na gestação.
foto ilustrativa de uma partida de futebol para cegos
Experiências e iniciativas como essas, são de grande valia para o currículo de futuros professores, e é bom ver como as universidades públicas dão valor a essa fração da população, tanto como atividades como esta, como com a disciplina de LIBRAS fornecida no ultimo ano dos cursos de licenciatura.

Em maio, caminho das sensações ...

Em maio, a UEPG estará organizando uma exposição sensorial com as matérias do curso de BIOLOGIA, em que os alunos irão disponibilizar modelos táteis de vários assuntos. Fiquem atentos à mais informações sobre essa mostra, o blog do PIBID 2 BIOLOGIA estará cobrindo a exposição.



Links úteis :

Artigo : http://www1.pucminas.br/proex/arquivos/ARTIGO%20REVISADO..pdf

APADEVI, Associação Pais Amigos Deficiente Visual / Telefone: (42) 3223-0784

Site da UEPG : http://portal.uepg.br/

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Enfrentamento da Violência sexual contra crianças e adolescentes


Na última segunda feira (16/04/2012), os alunos pibidianos de Biologia participaram da Mesa de Discussões sobre Violência Escolar, que aconteceu no Observatório de Astronomia do Campus Uvaranas da UEPG.

Professores compondo a Mesa de Discussões

presença de mais de 185 pessoas, entre alunos da UEPG e acadêmicos dos PIBIDS de educação física e biologia

Assuntos como bullying, violência escolar, violência sexual, e exploração infantil foram discutidas em torno de como o professor deverá agir no caso de presenciar tais atos.
O Professor e Mestre Marcelo Ubialli Ferracioli ministrou uma pequena palestra sobre o "Enfrentamento da Violência sexual contra crianças e adolescentes".

desenho feito por um aluno que sofria abusos

Segundo Ferracioli, a maior parte dos abusadores são pessoas próximas da criança, pessoas da família, de confiança, e que tem acesso total a casa, mas que não levantariam suspeitas de prática do crime. Diferenciou o abuso de exploração, que neste caso envolve mediação monetária, o adulto usando a criança para se obter dinheiro.

Os sinais de alerta, ou indicadores, para que o professor saiba como atuar e identificar casos de abuso são:
●baixa auto estima e descaso consigo mesmo;
●apresentar contusões, queimaduras, ou fraturas sem justificativa, frequentemente e em estágios de cicatrização diferentes;
●regressão ao comportamento infantil;

●aparecer com roupas sujas e rasgadas frequentemente;

●hemorragia, corrimento vaginal, órgãos sexuais machucados ou inchados, e principalmente não tratados;

●presença de marcas de violência em lugares de pouco acesso da visão, como por exemplo, costas e pernas, que são cobertas por roupas;

●interesse súbito e incomum sobre questões sexuais persistentes, masturbação compulsiva, interesse obsessivo por brincadeiras com conotação sexual;

●tentativas de fuga de casa e suicídio;

●uso de drogas;

●nas crianças que dormem na escola, procurar observar se não costumam a ter pesadelos frequentes.



Marcelo ressalta que não devemos considerar a presença isolada de indicadores, que apenas em caso de transversalidade e multi indicadores então caracterizam um quadro de violência ou abuso.Não devemos confundir violência doméstica com acidentes, que na maioria dos casos os alunos tentam proteger o abusador com desculpas que caíram da escada, ou bateram o órgão/membro em algum lugar.



Como conversar com o aluno que sofreu violência:



●ouvir a criança, sem interromper, nem por palavras em sua boca, a violência sexual envolve medo, vergonha e culpa, então não duvide se é verdade. Respeite seu ritmo e deixe que fale, apenas ouça;
●não prometa coisas que não possa cumprir, o seu dever é ouvir e encaminhar ajuda. Não conte para os pais, nem espalhe entre os colegas de profissão, a denúncia deve ser feita ao conselho tutelar;
●usar sempre linguagem simples e clara, para não confundir a mente da criança;
●evitar que a criança repita a história, pois ela relembrará assim dos sentimentos que presenciou, e das dores também;
●denunciar sempre, nem que seja anonimamente, ou que não se tenha certeza, pois profissionais aptos à esse tipo de diagnóstico irão lidar com o caso;
●antigamente, costumava-se a afastar a criança de casa, hoje em dia, se afasta o abusador;

●telefone do conselho tutelar de Ponta Grossa 3225-2340, ou número nacional de denúncia sobre violência infantil, o disk 100.



contatos para se fazer a denúncia


O professor Marcelo ministra aulas de Psicologia da Educação para os acadêmicos do segundo ano de Ciências Biológicas da UEPG.



Professor Marcelo Ubialli Ferracioli

A Profª Priscila Larocca apresentou um artigo de sua pesquisa, que relata as diferentes concepções dos educadores quanto à violência escolar.


Com o tema “Fatores associados ao comportamento bullying na escola”, o Profº Gustavo Levandoski expôs as principais características do comportamento bullying, quanto ao agressor e quanto à vítima. Também mostrou sua pesquisa realizada com alunos do sexo masculino que traça o comportamento do agressor/vítima.


Finalizando as discussões, a Professora Monica Mongruel falou sobre a ECA (Estatuto da Criança e do adolescente) como ele surgiu, quais são os direitos e os deveres da criança e do adolescente, e consequentemente qual o envolvimento do professor legalmente com os alunos e suas práticas.



postado por Bernardo, Keli e Lauro

 


 


 


 


 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Células-tronco caçam e matam vírus da Aids


Geneticamente modificadas, as células poderiam ser a tão esperada cura da doença
por Redação Galileu

 
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostra que células-tronco podem ser geneticamente modificadas e transformadas em "guerreiras" para caçar e matar o vírus do HIV. Os cientistas responsáveis esperam que a descoberta possa ajudar a erradicar completamente a doença do organismo de pacientes infectados.


Para isso, foi identificada e isolada uma substância em leucócitos que os torna capazes de combater infecções. No entanto, como a quantidade de leucócitos que uma pessoa tem no organismo não é suficiente para acabar com o HIV, pesquisadores clonaram essa substância receptora e a colocaram em células-tronco geneticamente alteradas.


Então essas novas células foram implantadas em ratos de laboratório doentes, permitindo que eles estudassem a reação do tratamento em um organismo vivo. Como esperado, as "guerreiras" identificaram e caçaram, especificamente, as células infectadas com HIV. Quando isso aconteceu, os níveis de leucócitos do rato também aumentaram, deixando seu sistema imunológico mais forte e combatendo a doença com mais eficácia.

Um close no temido vírus da Aids // Crédito: Shutterstock
 
De acordo com o responsável pela pesquisa, Scott G Kitchen, esse é o primeiro passo em direção a um tratamento mais intenso, que irá fazer com que células tronco e leucócitos sejam capazes de livrar um organismo infectado do HIV.
postado por Mayara