É com satisfação que venho compartilhar trechos da fala do Prof. Dr. Júlio Emílio Diniz Pereira (UFMG), que proferiu palestra na última sexta-feira (23/08) no auditório da Reitoria com temática "Ser ou não ser professor: eis a questão. Os processos de construção da identidade profissional docente" peço a sua atenção, pois acho que precisamos rever alguns pontos referente à Licenciatura em Ciências Biológicas:
1) Conceituação de identidade: o prof. relacionou o conceito de identidade com a identidade docente (são diferentes mas interligadas), frisando que a identidade docente não se inicia quando o acadêmico ingressa na graduação mas trás consigo o perfil, a vontade de ser professor. Essa construção de identidade se faz por meio da relação com o outro, exemplifica o professor: "quem de vocês não brincava de professor quando criança?? iniciou aí!"
2) Ser professor: implica em assumir um papel de identidade individual e social.
BACHARELADO VS. LICENCIATURA
3) Licenciatura => não é mera transmissão de conhecimento; "os licenciados não chegam nos cursos de licenciatura como tábulas rasas"
4) Os estágios e as primeiras experiências docentes também ajudam na construção da identidade docente;
RECONHECER-SE (ASSUMIR-SE) COMO TAL (PROFESSOR) - Implicações/consequências
5) O que contribui para Desprofissionalização docente:
- exercer docência com nível médio;
- redução do tempo de formação (3 anos pra menos) - deveria ser mais;
- possibilidade de profissionais de outras áreas exercerem a profissão de docência nas escolas, ocorrendo a chamada "institucionalização do bico"
- Locus da formação: instituições não-universitárias (empresas) formando professores e dando pós-graduações, muitas vezes visando apenas mercado;
PROFISSÃO DOCENTE:
7) Academia: usa no processo de formação a adjetivação: "o prof. da escola básica tem que ser isso, aquilo e bla bla bla"
8) "A esperança está na resistência de rótulos colocados aos professores - marchando contra o pensamento de meros tarefeiros, onde tudo cabe ao professor fazer"
9) Forte formação pedagógica para a formação de identidade profissional docente. Os cursos de formação precisariam de 2 disciplinas de Filosofia da Educação, 2 Histórias da Educação, necessidade de trabalhar fortemente os Fundamentos da Educação.
CONTEUDISMO NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
10) Distinção entre duas áreas: Área específica do conhecimento escolar e área específica do conhecimento pedagógico docente.
11) Repetiu, reafirmando a importância de se trabalhar de forma forte os Fundamentos da Educação;
12) A prática como componente curricular É DIFERENTE de Estágio Supervisionado;
13) Os cursos de licenciatura ainda não romperam com a racionalidade técnica na formação de professores (negativo) e também com o modelo 3+1 (bacharelado em área disciplinar, mas apenas um ano de formação em educação para obtenção de licenciatura, o que permitiria ao profissional lecionar em escolas); (igor: uma vergonha pra capacitar professores)
14) Na formação de professores deve-se estimular nos acadêmicos a possibilidade de crítica, que vale mais que a prática, ou seja, a prática como lócus de aplicação da teoria (a prática deve estar em função da teoria e não a teoria da prática), fazendo da teoria (e não teoria de conteúdos específicos, mas educacionais) o mais importante na formação.
15) Os cursos de hoje de formação de professores estão distanciados da realidade prática (da escola) e isso não é culpa de teorização, não quer dizer que esteja sendo teórico, antes fosse...
16) Desafio da formação: prática não como lócus de aplicação de conhecimento, mas como produção de conhecimento, lembrando da prática em função da teoria
Não comentei aqui o que perguntei publicamente ao professor e as respostas que ele me deu, a respeito da valorização profissional docente e da atuação do professor perante a sociedade.
Senhoras e senhores, transcrevi tudo que ouvi e anotei do professor dizendo em palestra, o que adicionei escrevi com meu nome. Tive a oportunidade de fazer duas perguntas ao professor durante o evento, e fico feliz do prof. Júlio reafirmar o que sempre defendi dentro dessa licenciatura, uma pena que nem todos ouçam o que digo, mas, fico feliz em ver que outras Instituições Superiores pensam e se importam com educação, ando pesquisando e vendo que USP, UNESP, UFPR, UFMG, UNICAMP e outras voltam-se cada vez mais pra essa área, e pergunto-me: qual o problema da UEPG?
Devo agradecer ainda, com felicitação a equipe do PIBID 2, ao Acir da Cruz Camargo (DEBIO) e às professoras Maria Albertina de Miranda Soares, Ivana Barbola, Marcela Godoy e Patrícia Tolentino pela participação e interesse no evento. Fomos destaque em presença e comentados pela professora Olinda T. Chamma e a coordenação do PIBID. Agradeço ainda ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e ao Colegiado de Pedagogia por terem trazido o professor Júlio à UEPG e pela grandiosa oportunidade.
Fotos do evento:
A equipe do PIBID 2 de Ciências Biológicas: Igor Ruan, Profª Marcela T. Godoy (Coord.), Debora Lopes, Suellen Garabeli e Mariline Schab
À frente as professoras do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Maria Albertina M. Soares, Ivana Barbola e Patrícia C. Tolentino, e atrás a equipe do PIBID 2
Igor: integrante da equipe PIBID 2, fazendo pergunta ao professor Júlio Diniz
Prof. Dr. Júlio Diniz (UFMG), palestrante do evento
Prof. Júlio Diniz (centro) com as professoras Suzana Tozetto (GEEPTRADO) e Simone Flach (COLPED) - (à esq.) e as professoras Graciete T. Goes (Pró-Reitor de Graduação) e Maria Odete Tenreiro (Coord. PIBID/UEPG) - (à dir.)
Prof. Júlio Diniz (centro) com as professoras Graciete T. Goes (Pró-Reitor de Graduação)- (à esq.) e Olinda Thomé Chamma (COPELIC) - (à dir.)
Mais informações em: http://uepg.vwi.com.br/noticia/159/Julio+Diniz+profere+palestra+na+UEPG
Escrito e publicado por: Igor Ruan