Documentário produzido pelo acadêmico Bernardo, sobre Os Recifes de Corais, Sua Importância, Formação, Distribuição pelo mundo , Ecossistema e Biodiversidade.
O Que São os Corais?
Coral ou recife de corais ou ainda antozoários são animais cnidários e uma das maravilhas do mundo submarino. Os corais constituem colônias coloridas e de formas espantosas que crescem nos mares e podem formar recifes de grandes dimensões que albergam um ecossistema com uma biodiversidade e produtividade extraordinárias.[1]
O maior recife de coral vivo encontra-se na Grande Barreira de Coral, na costa da Queensland, Austrália. Ele também é considerado o maior indivíduo vivo da Terra. Porém, devido à poluição e aquecimento marinho, está morrendo. A maioria dos corais desenvolve-se em águas tropicais e subtropicais, mas podem encontrar-se pequenas colónias de coral até em águas frias, como ao largo da Noruega.[1]
Importância dos Corais
A importância dos oceanos é algo conhecido de todos, já que cerca de 70% do globo terrestre é constituído de água salgada. Na EXPO 98, em Portugal, foi divulgado que cerca de 80% da biodiversidade mundial e 80% do oxigênio que nós respiramos vem dos mares.[2]
Um dos ambientes mais importantes dos mares é o ambiente recifal. A importância dos recifes de corais consiste no fato de que estes ambientes dão suporte e abrigo a uma variedade de comunidades marinhas, muitas delas de interesse econômico direto, como os peixes, os polvos, as lagostas, os camarões, as algas, entre outros, servindo de habitat para mais de 25% de toda vida marinha. Estima-se que entre um e nove milhões de espécies estão associadas aos recifes de corais, pois a produtividade primária dos ambientes recifais é muito alta, unicamente comparável à das regiões de manguezais. Isto se deve, sobretudo, as algas que fazem simbiose com os corais, as chamadas zooxantelas.[2]
Além da sua grande importância ecológica, a importância dos recifes para o homem, direta e indiretamente, é imensurável:
PRODUÇÃO DE ALIMENTO
1/5 de toda proteína animal consumida vem do mar.
PROTEÇÃO DA COSTA
Os recifes protegem a costa de erosão, tempestades, ondas, etc., tanto que nas regiões onde estes foram dinamitados (por exemplo, a região de Suape-PE), a erosão marinha cresce rapidamente.
PROTEÇÃO CLIMÁTICA
Organismos fotossintetizantes marinhos utilizam o CO2 que iria para a atmosfera, amenizando o efeito estufa.
FARMACOLOGIA
Além das substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas gorgônias, metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está voltada aos organismos marinhos.
ODONTOLOGIA
Fabricação de próteses dentárias
MEDICINA
Reparação de fraturas com esqueleto de corais
INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS
Uso de algas, etc., em diversos produtos;
ECONOMIA
Peixes, jóias, areia, etc.
LAZER
Turismo, mergulho, etc.
Os recifes têm ainda importância histórica e cultural: o nome do estado de Pernambuco, por exemplo, vem do indígena e significa "pedras furadas", devido às cavidades e às tocas existentes nos recifes. E, é claro, o nome da capital Recife deriva também deste belo ecossistema.[2]
Mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo moram próximas de recifes de corais. Uma estimativa diz que os ambientes recifais são responsáveis por serviços e recursos (turismo, proteção costeira, alimento, etc.) que, se calculado em valores monetários, equivaleriam a mais de 375 bilhões de dólares por ano. A destruição de apenas um quilômetro de recifes de corais causa um prejuízo de até $1,2 milhões. Vale salientar que estas estimativas servem apenas para fins comparativos, já que o valor real de um ecossistema está muito acima de qualquer quantia em dinheiro.[2]
Como se formam os Recifes de Coral?
O recife de Coral é composto por camadas muito finas de carbonato de cálcio que foram produzidos ao longo de milhares de anos por bilhões de pequeninos animais de corpo mole a que chamamos de pólipos de coral. A maior parte dos corais são constituídos por muitos pólipos juntos num grande grupo ou numa chamada colónia. Um simples pólipo tem um corpo na forma de um tubo com uma boca rodeada de tentáculos que utiliza para capturar pequenas partículas alimentares.[3]
Cada pólipo constrói uma estrutura calcária onde se aloja e vive em conjunto com uma alga que se chama zooxanthelae. É esta alga minúscula responsável pelas core que observamos nos corais como verde, amarelo, azul, lilás, castanho e muitas outras.[3]
Quando os pólipos morrem, novos pólipos crescem por cima dos esqueletos de calcário que ficam. Assim, quando vemos um recife de coral, apenas a fina camada superficial é que é constituída por pólipos vivos na verdade, um kg de coral pode ter mais de 80.000 pólipos.[3]
Alguns pólipos chegam a medir 20 cm de diâmetro, tal como o coral cogumelo, e a viver independentemente. No entanto, a maior parte dos pólipos são muito pequenos (menos de um cm de diâmetro) e constituem colónias de muitos pólipos juntos tal como uma Acróspora ramificada.[3]
Apesar de se parecerem com as plantas, os corais são animais marinhos pertencentes à mesma família das anêmonas e garrafas azuis, os chamados CNIDÁRIOS.[3]
Distribuição pelo mundo
Os recifes de coral distribuem-se formando um anel na região equatorial/tropical do globo terrestre. Os recifes de coral também só ocorrem do lado ocidental dos oceanos Atlântico e Pacífico e, em geral, em águas rasas, quentes e claras.[4]
Há diversos fatores ambientais que influenciam a distribuição dos recifes de coral pelo mundo, como temperatura da água, salinidade, sedimentação, luminosidade, nutrientes, hidro dinamismo.[4]
No Brasil, os corais se distribuem por aproximadamente 2.400 km de costa, do norte do Maranhão ao sul de Santa Catarina. Essa distância corresponde à extensão da Grande Barreira de Corais, na Austrália, considerada a maior formação recifal de mundo, com dimensões astronômicas (é possível observar a Grande Barreira do espaço). No entanto, enquanto os recifes do Brasil se distribuem de forma descontínua, na Austrália, os recifes ocupam uma área contínua, de 350.00 km2. [4]
O desenvolvimento de recifes de coral na costa brasileira é restrito aos litorais nordeste e leste. Sua distribuição é limitada ao norte pelo rio Amazonas e ao sul pelas baixas temperaturas da água, com diversas interrupções na ocorrência de corais próximo à desembocaduras de rios, como o São Francisco e o Doce, onde as altas taxas de sedimentação e a baixa salinidade inibem o crescimento dos corais.[4]
Estrutura
Coral é um invertebrado marinho, que apresenta esqueleto interno ou externo de consistência pétrea, córnea ou coriácea. A palavra coral também se aplica ao esqueleto desse animal, especialmente ao pétreo. [5]
O corpo de um coral consiste em um pólipo, estrutura oca e cilíndrica que adere a uma superfície pela extremidade inferior. Na extremidade livre situa-se a boca, em volta da qual existem tentáculos, cuja função é capturar alimento, como pequenos moluscos ou crustáceos. Os pólipos apresentam comprimentos diversos e secretam um líquido urticante capaz de paralisar a presa. [5]
Os ovos e o esperma, normalmente produzidos por indivíduos diferentes, se desenvolvem na cavidade gastrovascular e são expelidos pela boca. A fecundação ocorre normalmente na água, mas também pode ocorrer na cavidade gastrovascular. A larva (ou plânula) nada durante alguns dias ou semanas e depois se fixa a uma superfície sólida e se transforma em pólipo. A reprodução pode ocorrer também por brotamento: o broto permanece ligado ao pólipo original e o aparecimento sucessivo de novos brotos dá origem a uma colônia. O esqueleto da colônia como um todo denomina-se coralo e o de cada pólipo, coralito. À medida que novos pólipos aparecem e se desenvolvem, os mais velhos, localizados sob eles, vão morrendo, mas seus esqueletos permanecem como parte do conjunto. [5]
Os recifes de corais são ecossistemas marinhos muito ricos em biodiversidade.
Eles estão para o ambiente marinho como as florestas tropicais estão para os ambientes terrestres. Ou seja, os dois são os maiores centros de biodiversidade do planeta. Entre as inúmeras espécies que vivem nos corais estão os cnidários, as algas, as esponjas (poríferos), os vermes poliquetas (anelídeos), os moluscos, os crustáceos, os equinodermos e diversos tipos de peixes. Para se ter uma ideia, de cada quatro espécies marinhas, uma vive em ambientes recifais (incluindo 65% dos peixes).[6]
Geologicamente, os corais existem há, aproximadamente, 200 milhões de anos e alcançaram seu nível atual de diversidade biológica há 50 milhões de anos. A formação desses ecossistemas aconteceu da seguinte forma: primeiramente animais sem esqueletos e flutuantes associaram-se à algas microscópicas e fixaram-se às rochas, formando colônias. Estas colônias são os corais, que ao se concentrarem formam o habitat marinho recife de corais. Por sua rica biodiversidade, os recifes de corais têm características muito importantes para o equilíbrio ecológico do ambiente marinho. Além de exportar matéria orgânica e nitrogênio para suas zonas circundantes, aumentando a produtividade dessas águas, eles consistem em um importante local de reprodução e de crescimento juvenil para muitas espécies de peixes. Mas, infelizmente, na mesma intensidade em que a história evolutiva formou um ecossistema muito rico em vida, os recifes são sistemas extremamente frágeis e susceptíveis à perturbação natural e humana.[6]
Branqueamento dos Corais
O branqueamento do coral é a morte dos pólipos responsáveis pela construção dos recifes de coral, devida a problemas ambientais, como a mudança do clima.[7]
A morte dos pólipos ocorre pela destruição das zooxantelas, algas unicelulares que vivem dentro do celêntero dos pólipos e lhes fornecem parte da alimentação necessária, através da fotossíntese, ou por diminuição do plâncton (o outro elemento nutritivo do coral) na área. Quando isto acontece, os pólipos ficam enfraquecidos e morrem, restando o esqueleto calcário que rapidamente fica branco, uma vez que a matéria orgânica se decompõe. Por isso se chama a este processo "branqueamento".[7]
A mudança do clima não é a única causa do branqueamento dos corais, embora as variações de temperatura que podem ocorrer numa área oceânica, sem estarem ligadas diretamente aquele fenômeno, também podem causar este problema, uma vez que os corais necessitam para viver de uma gama de temperaturas muito pequena; por isso, um El Niño pode provocar o branqueamento na área afetada por aquele fenômeno. Desastres locais, como derramamentos de produtos químicos, diminuição da salinidade por uma cheia próxima, ou o assoreamento de um recife, também podem causar a morte da colónia.[7]
O branqueamento pode não causar a morte total do recife, se a causa não tiver uma duração muito prolongada e se os pólipos afetados forem apenas da parte superficial da colónia; nesses casos, os pólipos podem rapidamente reproduzir-se e restabelecer a vida dos recifes .[7]
REFERÊNCIAS:
[2]Importância dos Corais literatura retirada de
[3]Formação dos Corais literatura retirada de
[4]Distribuição dos Corais no Mundo literatura retirada de
[5]Estrutura de um Coral literatura retirada de http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=19504.0
[6]Ecossistema e Biodiversidade literatura retirada de http://ambientese.blogspot.com/2006/06/recifes-de-corais-ilustres.html
[7]Branqueamento dos Corais literatura retirada de http://pt.wikipedia.org/wiki/Branqueamento_do_coral
Vídeo : http://www.youtube.com/watch?v=0wgYE43p88c
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